top of page

VIDA
acontecendo...
 

30/08/24

bem, a vida tem me exigido tanto. viver demais, postar de menos. e é exatamente sobre isso. tenho caminhado para me tornar a artista que reservará ao trabalho o único canal de transmissão das mensagens que tenho a trazer pr’esse mundo. já são 5 meses vivendo uma outra realidade completamente diferente da que vivi desde quando saí de casa há quase 10 anos. e eu sei que deve estar sendo difícil para algumas pessoas tanto quanto é pra mim compreender que hoje a minha realidade é outra, eu sou outra, mas a transição é coletiva. e os ganhos estão aí… 

nunca tinha tido que ser tão organizada e pragmática com relação ao meu tempo quanto agora. e zelar pelo tempo muda tudo! o cuidado muda tudo! é esse cuidado que venho nutrindo diariamente vivendo com mainha. sem dúvidas a experiência mais revolucionária na minha vida até hoje: ser matriarca. viver a maternidade, na prática. sentir manifestar em mim o legado da linhagem que me rege. hoje cuido de uma mãe como se fosse filha. e é. e somos. mães e filhas. juntas. como há de ser. a vida é mesmo um grande teatro. os papéis estão se invertendo o tempo todo. estamos todas usando máscaras, interpretando, sendo. vivendo e aprendendo a jogar. 
tendo que ser sempre sábias, ligeiras, sensíveis aos sinais de transformação. olhar ao redor, prever a chuva, nadar no temporal. respirar. respirando fundo. encher o peito. expirar. tranquilamente. em paz e enfim a paz. indo dormir aliviada com a destreza de viver um dia após o outro e com a certeza de que a missão está sendo cumprida. 

em recente entrevista, que logo mais sairá na íntegra em livro, declarei: 


''Sinto que falar de cuidado diz a respeito de algo que pulsa no senso de coletividade, na criação de rede, no pertencimento, afeto, na afetação. Na noção de unidade, finitude e interdependência de todos os seres. E por mais simples ou complexo que soe - tendo em vista o modus vivendi do sistema capitalista pautado na concentração de bens e poder, gerando indivíduos cada vez mais desumanos e sozinhos - acredito que o despertar dessa sensibilidade pode ser uma pista para tecer e expandir noções de respeito e cuidado para com o outro, o ar, os rios, a natureza e todas as formas de vida que coexistem na terra.'' 


acreditar na arte, no meu corpo e alma, em nós, é o meu norte. bússola e bálsamo. 
acreditar nessa potência de vida que é tão inevitável quanto finita é a minha guia. mas também canso. e muito. constantemente. chega a doer. e dói, mesmo. mas passa, como tudo. e assim seguimos, aprendendo a levantar, atravessar, criando novas tecnologias e estratégias de sobrevivência, com graça, seguindo…

bottom of page